Modernidade
Poema I
Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
(Augusto dos Anjos)
Poema II
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes.
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
(Alberto Caeiro)
Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
(Augusto dos Anjos)
Poema II
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes.
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
(Alberto Caeiro)
- Qual dos poemas parece mais moderno?
- Na sua opinião, o que é modernidade?
- O que é modernidade para a literatura?
- Quais são as características da modernidade literária?
1) Poema II
ResponderExcluir2) O atual, referente a tecnologia, moda, literatura etc.
3) A partir de o inicio do pré-modernismo os poetas começaram a retratar os acontecimentos reais da papulação, o modo que viam o mundo sem fantasiar ou soltar a imaginação.
4) O formato dos poemas é liberal, ou seja, o poeta escreve da maneira que achar melhor;
Eles procuram usar palavras simples e objetivas, de forma que até as pessoas menos estudadas possam compreender o conteúdo (antigamente, livros eram somente para as elites);
Há o jogo de palavras, mas não como antigamente, que a linguagem era mais rebuscada e regrada. A linguagem de hoje está mais livre e "solta".
Os autores procuram se expressar de modo claro e objetivo, fazendo a linguagem escrita aproximar-se da falada, e, geralmente, desejam denunciar a realidade como ela é, nua e crua.
1. - O poema II
ResponderExcluir2. - É aquilo que é novo, que rompe com o "comum" ou tradicional.
3. - A Modernidade na literatura é o momento em que escritores tentam romper com a tradição do movimento literário anterior, desejando por uma arte sem heranças do passado.
4. - Características Especificas:
* Combate ao passadismo; contra os padrões clássicos e tradição.
* Irreverência contra o preestabelecido.
* Liberdade formal; versos livres; ausência de rima; liberação do ritmo; liberdade de estrofação.
* Linguagem coloquial, do dia-a-dia; regionalismo.
* Humor, ironia, paródia e poema-piada.
* Busca do novo, original, dinâmico refletindo a industrialização, máquinas, motores.
* Sem enfeites e rebuscamentos; a simplicidade.
* Abstenção de uma postura sentimentaloide.
* Preocupação com a observação e análise crítica da realidade.
* Consciência nacional.
A linguagem de hoje procura usar palavras simples e objetivas, de forma que até as pessoas menos estudadas compreendam o conteúdo (antigamente, livros eram para as elites).
Os autores procuram se expressar de modo claro e objetivo, fazendo a linguagem escrita aproximar-se da falada, e, geralmente, desejam denunciar a realidade como ela é, nua e crua.