Prepare-se para o vestibular e Enem: concordância verbal


Concordância verbal: é a concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo. 

 Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples:
Regra geral: O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
 Ex.: Nós vamos à igreja.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

A)  O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão seguia Jesus.

Atenção: Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fiéis seguia o Mestre.
       
       A multidão de fiéis seguiam o Mestre.

B) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi aprovado ./ A maioria dos alunos foram aprovados.

C) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu calma./ Vossas Altezas pediram calma.

D) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu que fiz o bolo./ Fomos nós que fizemos o bolo.

E) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

F) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me caluniarão?/ Quais de vós me caluniareis?
Dica:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles em pessoa e número.
Ex.: Qual de vós me punirá?

G) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha precedido de artigo, o verbo concordará com o artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

I) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

J) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa.                                                          
        A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

Se o verbo estiver próximo do substantivo, ficará no singular.
Ex.: A gente permaneceu em casa. 

2. Sujeito composto

Regra geral: O verbo vai para o plural.
Ex.: John e Maria foram passear na  Alemanha.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa do plural, porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex.: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa do plural, porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Irei eu e meus pais.(sujeito eu e meus pais).


b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.                  

Sujeito composto:
Atenção: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e o namorado.
                                     sujeito posposto

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará com o aposto resumidor
Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outroveio./ Um e outrovieram.
                                  
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.

Exemplos: Rafael ou Estevão ganhará o prêmio. (exclusão)

                  A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.

Exemplos: Tanto Jair Bolsonaro quanto Ciro Gomes perderam as eleições presidenciais

                 Tanto Jair Bolsonaro quanto Ciro Gomes perdeu as eleições presidenciais.

Outros casos:

Partícula “SE”:

a) Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.
Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no singular. 

Exemplos: Precisa-se de secretárias.
                  Confia-se em pessoas honestas.

Verbos impessoais: 
São aqueles que não possuem sujeito, portanto, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Havia sérios problemas na cidade.

Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.

Deve haver sérios problemas na cidade. 

Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

Dicas: Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
           O verbo existir não é impessoal. 

Veja: Existem sérios problemas na cidade.
          Devem existir sérios problemas na cidade.

3) Verbos dar, bater e soar:
Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, badaladas...), e com ele devem concordar.
Exemplos:
a) O relógio deu duas horas.

b)Deram duas horas no relógio da estação.

c)Deu uma hora no relógio da estação.

d)O sino da igreja bateu cinco badaladas.

e)Bateram cinco badaladas no sino da igreja
.
f)Soaram dez badaladas no relógio da escola

4) Sujeito oracional:
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo:

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.

Ex.: Esperei-as chegar. 

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto: 
- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme. (comentando)

- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.

c) Infinitivo pessoal e sujeito oculto:
- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.

- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.

Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato. (eu/ele).

d) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal:
- não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando em virtude da ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.
- é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.

Exemplos:
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:
a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão com o predicativo.
Exemplos:
-Tudo são flores.
- Aquilo parecem ilusões.

Dicas: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b - O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos: que ou quem:
Exemplos:
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?

c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a concordância será feita com a expressão numérica:
Exemplo: São nove horas.
                 É uma hora.

- Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.
Exemplos:
Hoje são 24 de outubro. (concorda com a data 24)
Hoje é (dia) 24 de outubro. (concorda com dia)

d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Bibliografia:
.
https://www.portugues.com.br/gramatica/concordancia-verbal-.html
https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint56.php
Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa.49ª ed. - São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional,2020.



























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